As marcas dos pés de verdadeiras legendas do futebol brasileiro e mundial, consagrados nos estádios do mundo afora , estão eternizadas na Calçada da Fama do Maracanã há quase duas décadas.
Inaugurada em 2000, a calçada é uma justa homenagem aos grandes idolos que atuaram no estádio considerado por todos , como o "Templo do Futebol". Lá, estão gravados em placas de cimento , os pés de Pelé, Garrincha, Beckembauer, Nilton Santos, Zico, Romario, Roberto Dinamite, Bebeto e outros que fizeram historia no esporte.
E dentre os grandes ídolos do futebol, um filho de Niterói : Luisinho Lemos , um dos atacantes que mais balançaram as redes do velho Maraca e um dos maiores goleadores do futebol brasileiro com quase 800 gols.
Nos 22 anos da carreira de jogador, iniciada na Ferroviaria de Araraquara , Luisinho brilhou no Flamengo ,no América, Botafogo , Palmeiras , Internacional , Leon do Mexico e Las Palmas da Espanha .
E se na Calçada da Fama do estádio, Luisinho está ao lado dos maiores nomes da história do futebol , é no calçadão da Praia de Icaraí que ele não se cansa de admirar a vista mais linda do mundo e aproveita para matar as saudades da terra natal junto dos irmãos e amigos.
No point da rua Osvaldo Cruz, onde décadas passadas uma das primeiras redes de futevôlei de Icaraí , lançou o esporte em Niterói , através dele e seus amigos, uma restinga foi plantada e agora só uma nova geração joga eventualmente.
E já que as partidas de futevôlei estão escassas ali , a solução é se divertir com as cartas na mão, porque "ninguém é de ferro.":
- Se eu morasse aqui o futivolei não tinha acabado. Hoje em dia quando venho de férias ao Brasil só jogo futivôlei em Copacabana, onde moro. Aqui é baralho sábado e domingo,de manhã e de tarde. Mas eu gosto muito.Carteado, churrasquinho ...É a área de lazer mais barata do mundo.
Alem da companhia de amigos de longa data, Luisinho está sempre com os irmãos Neném , Caio Cambalhota e Lemos. E aproveita ao máximo porque sabe que o lugar dele é no campo passando experiência para novos jogadores.
O trabalho de Luisinho nos Emirados sempre foi reconhecido pelas passagens em mais de dez clubes em vários países do mundo árabe e pelos títulos e taças que ajudou a conquistar.
Luisinho já foi campeão pelo Shamall do Catar nas temporadas de 2001 / 2002 e em 2010/2011. Invicto.Em 2004/2005 foi a vez de levantar a Taça pelo Seebi de Oman. Começou a trabalhar por lá no final dos anos 90 e vê uma boa evolução no futebol praticado por eles.
- Estão colocando mais treinadores estrangeiros. Todos os clubes possuem Centro de Treinamento e estádios de nível europeu. Lá é super organizado. Eu sempre trabalho com uma comissão técnica com mais três estrangeiros: um egípcio , outro sírio e um marroquino. Falo fluentemente inglês e isso facilita muito.
Como treinador aqui no Brasil, Luisinho dirigiu o América (duas vezes) Madureira, Americano de Campos , Remo , onde foi campeão e o Rio Branco , de Vitória, onde conquistou o bicampeonato estadual.
Apesar de ter trabalhado durante muito tempo no oriente médio e até falar árabe , Luisinho está atento a crise , em todos os setores , que o Brasil atravessa.
- Não gosto de política e não entendo, mas o que vejo em termos de falta de segurança , saúde e educação é revoltante.
Aos 67 anos , casado há 38 com Rita, e pai de Diego , empresário; Darlan , fisioterapeuta; e Danille, modelo, Luisinho leva uma vida confortável, mora em Copacabana e diz que hoje em dia não sente prazer em ostentar carros e outros bens materiais.
- Isso ficou na juventude. Era samba na Vila Isabel , praia e futebol.
Hoje é trabalho no América, Icaraí para se divertir , família e o novo xodó : Luisa, primeira neta de um vovô coruja.
Esse é Luis Alberto da Silva Lemos. o Isinho, para os irmãos e amigos de infância.O cara que não gosta de perder nem no baralho. O Luisinho do América, do Flamengo e das Arábias.
Um dos idolos do nosso futebol , imortalizado na Calçada da Fama do Maracanã, com a marca dos seus pés.
Pés que hoje marcam as areias da Praia de Icaraí e que agora estão de volta ao futebol carioca , para ensinar a nova geração do América a se tornar vitoriosa, como o dono deles.
