Quem passa pelo calçadão da Praia de Icaraí não imagina que em uma das redes onde se joga futevôlei, esteja um ex-craque do Flamengo que despontou como uma verdadeira promessa do futebol brasileiro, mas acabou encerrando a carreira precocemente.
Trata- se de Júnior Carioca, campeão, entre outros títulos, da Copa do Brasil de 2006, num time dirigido pelo treinador Ney Franco, que tinha como outro destaque o também niteroiense Ibson.
Dono de um futebol técnico, Júnior era um volante que esbanjava habilidade.Para Ney Franco, ele " tinha tudo para chegar a Seleção fácil ".
Outro admirador do futebol de Júnior é o tetracampeão e atual comentarista da Fox, Zinho.
- Na época foi uma surpresa ele ter saído do clube. Mas pensávamos que fosse deslanchar. Ninguém imaginava que ele fosse encerrar a carreira tão cedo.
Júnior começou a jogar nas categorias de base do Flamengo com 13 anos. Em meados de 2003 foi lançado no elenco profissional.
Mas o sonho rubro negro iria durar apenas mais três anos. Poucos meses depois de conquistar a Copa do Brasil junto com a equipe, Júnior se desentendeu com Ney Franco e o pesadelo começou.Teve o contrato suspenso e ficou o ano de 2007 parado.
No ano seguinte quando todos pensavam que ele fosse dar a volta por cima, se transferindo para o Grêmio de Porto Alegre, não se deu bem com o técnico Celso Roth e foi dispensado depois de ter disputado poucas partidas.
Em 2009, Júnior teria a grande chance de retornar em grande estilo no Atlético Mineiro, se a direção do clube não contratasse a verdadeira "pedra" na chuteira de Júnior, chamada Celso Roth.
Como era de se esperar, Roth pediu a rescisão do contrato do jogador. O motivo para tanta implicância, Júnior evita comentar.
- Certas coisas é melhor nem lembrar. Pertencem ao passado.
Mas este passado nem tão distante assim, também tem conquistas que o jogador deve se recordar com muita alegria. Obteve títulos nas categorias Sub 15 e Sub 20, atuando na base do Flamengo e depois pelos profissionais.
Além da Copa do Brasil , em 2006, Júnior foi campeão pelo time rubro negro, nos Campeonatos Carioca de 2004 e 2007 e nas Taças Guanabara dos mesmos anos.
Em. 2009, Júnior jogou no Náutico, de Recife, mas devido a vários problemas acabou retornando ao Rio e pendurando as chuteiras no ano seguinte, aos 26 anos.
- Os dirigentes de lá eram muito enrolados, mentirosos.
Aquilo me desanimou. Fora que estava com problemas físicos, sentindo dores no joelho e no pubis.
Além disso sentia falta da família, minhas filhas pequenas.
E também, por ter começado cedo, enjoei do "mundo" do futebol.
Hoje, com 33 anos, longe dos problemas dos gramados, Júnior está feliz.
Casado com Paula. e pai de Sara , de 5 anos e de Débora , de 9, ele se tornou empresário, de outro ramo. Sem nenhuma ligação com o esporte que praticou durante boa parte da vida.
Trocou Icaraí por Camboinhas, mas sempre que pode está nas areias, onde praticamente foi criado, jogando, se divertindo com os amigos, dando show de futevólei.
Na verdade, nessa história toda, quem saiu perdendo, foi o próprio futebol.