Que o problema é muito maior , todos sabem.Mas as autoridades competentes tomaram providência e desde dezembro do ano passado ,pode-se dizer que os moradores de um ponto de Icaraí , deixaram de conviver com medo e desconforto.
O motivo é a retirada da população de rua que se instalava debaixo do elevado da Avenida Ary Parreiras , quase na esquina da rua Moreira César, para usar drogas e principalmente o crack.
Crianças , adolescentes e adultos normalmente se agrupam no inicio da noite . Se sentindo encobertos pela escuridão, eles montavam acampamento com cobertores e ficavam instalados até o amanhecer em meio a ratos e esgoto.
Pior que quando a droga acabava eles saiam do local e iam pra rua pedir ou roubar dinheiro e pertences dos transeuntes, para manter o vício.
- Era um absurdo . As vezes via um ou outro carro da Assistencia Social da Prefeitura conversando com eles e graças a Deus , conseguiram retirá-los.
Uma funcionária da Fundação Leão Treze , acostumada com o trabalho de recolhimento de moradores de rua pela Instituição , fala que eles por estarem drogados na hora da abordagem, dificilmente o trabalho era bem sucedido.
- Só com muita psicologia conseguimos. Psicologia , tenacidade e inteligência , - completa Laura Gonçalves, moradora da rua Joaquim Távora, há mais de 30 anos.
O problema social , é de saúde também. Mas até agora ninguem sabe se conseguiram levar o grupo para alguma clínica de reabilitação.
Os moradores do bairro, que pagam um dos maiores IPTU do Brasil , entendem a gravidade do problema , mas querem sobretudo, ter o direito de ir e vir com segurança.
- É caso de polícia . Minha noiva quase apanhou de dois viciados porque voltava de uma caminhada e não tinha dinheiro , para dar a eles , revelou o analista de sistemas , Paulo Calixto Simões, 28 anos , há 12 morando na Moreira César.Espero que os viciados não voltem nunca mais.
Na delegacia do bairro , a 77 DP , registros de ocorrências se acumularam , com denúncias de roubo , agressão e atentado ao pudor.
Os policiais que as vezes eram vistos descendo o valão , na tentativa de prender algum usuário ou desfazer os grupos. Agora estão satisfeitos.
- As vezes conseguimos prender um , dois elementos. Mas eles corriam pelo esgoto, debaixo do elevado e sumiam , diz um policial civil que preferiu não se identificar.
